
Fico por momentos orgulhoso do país que me viu nascer. Aqui tal como na Suécia um ataque cardíaco é enfrentado desde o início com o mesmo empenho, pelos mesmos profissionais quer a pessoa tenha seguro, seja branca, preta, amarela, careca ou cabeluda. Entretanto fico por momentos na dúvida. Será que na ânsia de tudo imitar e na reverência que caracteriza muitos dos nossos responsáveis políticos em relação à grande superpotência lhes passou pela cabeça acabar com este bem-estar português. Será que alguém com tino na cabeça pensou substituir esta responsabilidade do Estado pelos interesses de seguradoras privadas?
Voltando ao filme John Q., resolvi dar uma espreitadela pelos comentários a ele feitos, existentes da net. Lauro Dermios com “trela” mais dourada ou do tipo “pichebeque” de imitação não faltam. Não faltam os conhecimentos sobre os filmes realizados, os actores e os papeis desempenhados, os prémios atribuídos. Até a paternidade do realizador Nick Cassavetes é referida. Não sei por que não se prossegue no caminho e se apresenta o pai e a mãe de Denzel Washigton e, já agora, porque não, de todo o elenco.
Apetece-me alfinetar todos eles. Isso mesmo! Todos no mesmo Saco! Cá vai o alfinete.
Interessantes são todos os vossos comentários apresentados. Certamente são os possíveis por parte de pessoas que se consideram especialistas em cinema, como se pudesse ser isso, como se é, por exemplo, especialista em petróleos ou em lagares de Azeite. Nada foi opinado sobre a mensagem do filme e a sua oportunidade. Numa altura em que o mundo ocidental alegremente se vai suicidando e enterrando os valores sociais e as obrigações do estado, este filme deveria constituir uma pedrada no charco vista, pelo menos, por todos aqueles que não dependem do aluguer da caneta para pagarem o big mac do McDonald's.
Receita: Usar a própria cabeça e não a dos famosos da arte e passar pelo oftalmologista.